1- Posição definida: contra o aborto.
Justifico minha posição, realizando algumas considerações abaixo.
2- O que a Bíblia diz sobre a vida?
Textos base:
Salmo 139:13-16
13 Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe.14 Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;15 os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Textos de apoio:
Textos que dizem que a criança ainda no ventre da mãe deve ser respeita.
Êx 4.11
11 Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR?
Êx 21.22-25
22 Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem.23 Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida,24 olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,25 queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe.
Jó 10.8-12
8 As tuas mãos me plasmaram e me aperfeiçoaram, porém, agora, queres devorar-me.9 Lembra-te de que me formaste como em barro; e queres, agora, reduzir-me a pó?10 Porventura, não me derramaste como leite e não me coalhaste como queijo?11 De pele e carne me vestiste e de ossos e tendões me entreteceste.12 Vida me concedeste na tua benevolência, e o teu cuidado a mim me guardou.
Jr. 1.5
5 Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.
Mt 1.18
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
Lc 1.39-44
39 Naqueles dias, dispondo-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá, 40 entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.41 Ouvindo esta a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre; então, Isabel ficou possuída do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!43 E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?44 Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim.
3- Inicio da vida.
A vida começa na fecundação.
Biologicamente falando a vida tem o seu início na concepção, junção do espermatozóide com o óvulo.
Aqueles que buscam indicações bíblicas para o começo da vida deverão considerar também o princípio em Gênesis 9:4 de que a vida está no sangue. Ao tempo em que a maioria das mulheres conseguem confirmar que estão grávidas, o sangue já está circulando no corpo do filho ainda não nascido. Deus não autoriza a mãe nem a ninguém a derramar o sangue dessa criança inocente.
4- Quando o aborto acontece? – a questão das razões.
4.1-Razões que são chamadas justificáveis.
O aborto não é nem o assassinato de uma pessoa humana, nem uma mera operação ou ejeção de um apêndice do corpo feminino. É uma responsabilidade séria tirar a vida de um ser humano em potencial. As únicas circunstâncias moralmente justificáveis para o aborto são aquelas em que há um princípio moral superior que possa ser cumprido.
1. O Aborto por Razões Terapêuticas — Quando é um caso nítido de, ou tirar a vida do nenê não nascido, ou deixar a mãe morrer, exige-se o aborto. Uma vida real (a mãe) é de maior valor intrínseco do que uma vida potencial (o nenê não nascido).10 A mãe é um ser humano plenamente desenvolvido; o nenê é um ser humano não-desenvolvido.11 E um ser humano realmente desenvolvido é melhor do que um que tem o potencial para a plena humanidade, mas ainda não se desenvolveu. Ser plenamente humano é um valor superior à mera possibilidade de tornar-se plenamente humano. Porque o que é tem mais valor do que o que pode ser.
O que acontece se o nenê não nascido ficará sendo um Albert Schweltzer e a mãe é uma indigente? O que acontece se a mãe é uma meretriz e o nenê não nascido acabará sendo um missionário? Podemos ser tentados a concordar que uma vida humana potencialmente boa é melhor do que uma vida humana realmente má, se pudéssemos ter certeza de antemão que o nenê acabaria sendo bom. Mas isto exigiria um tipo de onisciência que somente Deus possui.
2. O Aborto por Razões Eugênicas — O que se diz de abortos por razões eugênicas? É certo em qualquer hipótese tirar a vida de um embrião porque nascerá deformado (anencéfalos – sem cérebro por exemplo), retardado, ou sub-humano? Neste caso, mais uma vez, é necessário proceder com cuidado. Sempre é uma coisa séria tirar a vida de um ser humano em potencial. Sempre deve haver uma razão moral superior para apagar uma vida antes de desabrochar.
Talvez o mongolismo seja um motivo justificável para o aborto, mas a talidomida não é. Seres humanos deformados e até mesmos seres humanos retardados ainda são humanos. Os defeitos não destroem a humanidade da pessoa.
3-O Aborto na Concepção Sem Consentimento — Uma mãe deve ser forçada a dar é luz uma criança concebida pelo estupro? Há uma obrigação moral de gerar uma criança sem consentimento? Isto levanta a questão inteira do dever moral da maternidade. Alguém pode ser forçada a ser uma mãe contra sua vontade?
Os argumentos para defender este tipo de aborto:
· O nascimento não é moralmente necessitado sem o consentimento.
· Nenhuma mulher deve ser forçada a levar na madre uma criança que ela não consentiu em ter relações sexuais.
· Uma intrusão violenta na madre de uma mulher não traz consigo um direito moral de nascimento para o embrião. A mãe tem o direito de recusar que o corpo dele seja usado como objeto da intrusão sexual.
· A violação da sua honra e personalidade foi mal suficiente sem piorar sua triste situação ao ainda forçar sobre ela uma criança indesejada.
OBS: Caso da irmã que foi violentada por um amigo e teve um filho o qual foi doado para adoção.
4-O Aborto na Concepção mediante o Incesto — A concepção incestuosa pode envolver o estupro e as consequências eugênicas e, portanto, pode providenciar uma base ainda mais firme para um aborto justificável. Por qualquer dos motivos isoladamente, parece que nenhuma obrigação moral possa ser imposta sobre uma moça para levar a termo sua gravidez incestuosa. Sua personalidade foi violada e a personalidade potencial do nené não nascido pode ser seriamente danificada por defeitos eugênicos também.
5-O Aborto por questões ectópicas – fora do lugar.
GRAVIDEZ ECTÓPICA
O que é?
Gravidez ectópica é a gestação que ocorre fora da cavidade uterina.
O que causa?
As causas incluem todos os fatores que retardam ou impedem a passagem do ovo para a cavidade uterina. Podem ser:
fatores mecânicos, como as causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas
fatores funcionais, que agem diminuindo a motilidade das trompas. Incluem o fumo,
o próprio processo de envelhecimento e drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona.
Como se desenvolve?
A grande maioria das gestações ectópicas ocorre nas trompas. Na maior parte das vezes se localiza nas porções distais, principalmente na ampola.
A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção (ruptura) entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre da luz tubária do segmento em que estiver implantada.
Como se faz o diagnóstico?
A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica, portanto seu diagnóstico precoce é essencial. Na gravidez ectópica não interrompida, a paciente pode não ter sintomas ou ter sintomas mínimos.
Alguns exames podem ser realizados para diferenciar a gestação ectópica de outras doenças, tais como ameaça de aborto, gestação normal, infecções das trompas, apendicite, cisto de ovário torcido.
Os exames comumente solicitados são testes para confirmar a gravidez, exames de sangue para determinar a perda sanguínea e a presença de infecção e a ecografia pélvica transvaginal.
Podem ser necessários outros exames como a punção do fundo de saco vaginal com agulha grossa para determinar a presença de sangue dentro da cavidade abdominal e a realização de uma laparoscopia diagnóstica.
4.2- Quando o Aborto Não É Justificável.
Agora que algumas das circunstâncias segundo as quais um aborto pode ser exigido foram discutidas, as situações nas quais não é certo devem ser discutidas. Como regra geral, o aborto não é justificado. Somente sob a pressão de uma responsabilidade ética sobrepujante, tais como aquelas que foram discutidas supra, é justificável em qualquer hipótese. Como regra geral, o aborto é errado, e a lista que se segue dá alguns exemplos específicos para ilustrar a regra de que o aborto, como tal é errado a não ser que seja realizado visando um princípio ético superior.
1-O Aborto Não É Justificável Depois da Viabilidade — A primeira consideração a ser feita, e a mais básica, é que nenhum aborto é justificável, como tal, depois do feto se tornar viável, i.e., depois do nascimento ser possível. Nesta altura, já não seria sequer uma questão de aborto (i.e., tirar uma vida potencialmente humana) mas, sim, matar uma vida humana real. Tirar a vida de um feto viável sem justificação ética superior seria assassinato.
· Deste a concepção e no decurso das oito primeiras semanas, o não nascido é chamado um embrião.
· A partir deste tempo, é chamado um feto.
· A partir de cerca de seis meses, é possível dar à luz um nenê que pode viver e respirar sozinho, e que pode desenvolver-se num ser humano maduro.
· Qualquer aborto justificável que deve ser realizado, deve ocorrer antes deste ponto de viabilidade, para ser qualificado como aborto.
2-O Aborto Por Causa de Crianças Não Desejadas Não É Justificável — O simples fato de que uma mãe não deseja o nenê não é motivo suficiente para apagar uma vida humana em potencial. Os caprichos ou desejos pessoais de uma mãe não tomam precedência sobre o valor do embrião ou do seu direito de viver.
Visto que o casamento é consentimento automático para ter relações sexuais (1 Co 7:3ss), segue-se que os filhos concebidos são automaticamente determinados, quer sejam desejados, quer não. E visto que até mesmo o meretrício é um casamento aos olhos de Deus (1 Co 6:16), logo, os filhos que nascem da fornicação também são determinados, quer sejam desejados, quer não.
Em síntese, qualquer filho nascido das relações sexuais, entre partes que consentem, é implicitamente determinado, e, como tal, tem o direito de viver.
O aborto não resolve o problema dos filhos não desejados; pelo contrário, complica o problema. Dois erros não perfazem um acerto.
3-O Aborto para o Controle da População Não É Justificável — Outro abuso contemporâneo do aborto é um tipo de método de controle de natalidade "depois do fato". Em termos francos: uma vez que a concepção ocorreu, é tarde demais para resolver que não deveria ter sido feito.
4-O Aborto por causa de Deformação Prevista Não É Justificável — O argumento em prol do aborto pela razão da deformidade prevista é insuficiente. Em primeiro lugar, a porcentagem de possibilidade de deformidade não é tão alta como às vezes é antecipada. Por exemplo, quase metade dos nenês que nascem com defeitos os têm em grau menor, que não precisam de tratamento médico algum.
Dos defeitos sérios, metade não se tornam aparentes a não ser depois do nascimento, o que é tarde demais para um aborto.
Além disto, em cerca de metade dos casos em que as crianças nascem com defeitos sérios, o defeito pode ser corrigido ou compensado de modo satisfatório mediante operações ou ajudas artificiais. Mesmo no caso da rubéola, há uma chance de 80-85 por cento de nascer uma criança normal, se a mãe foi afetada pela enfermidade depois do primeiro mês.16
5- A questão das células tronco.
1. O QUE SÃO CÉLULAS-TRONCO?
“Células-tronco são células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e peles” (1). São também chamadas de “células-mães”, ou, em inglês, “stem cells”.
“É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmas”.
2. QUANDO AS CÉLULAS-TRONCO SÃO FORMADAS?
Elas se formam, após a fusão dos gametas masculino e feminino (espermatozóide e óvulo), quando surge um aglomerado de células. Após 4 dias, esse grupo de células começa a “formar uma estrutura esférica, chamada Blástula, apresentando duas partes, uma interna e outra externa. A parte externa formará a placenta e a parte interna formará o embrião. É na parte interna que estão as células capazes de gerar todas as células do organismo de um indivíduo (2).
Dentro de cinco dias, o embrião forma a “Blástula” ou blastócito, com aproximadamente 100 células. As células internas do blastócito são as que ensejam maior interesse dos pesquisadores, por poderem transforma-se em todos os tecidos do corpo humano.
“A ordem ou comando que determina, durante o desenvolvimento do embrião humano, que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em um tecido específico, como fígado, osso, sangue etc., ainda é um mistério que está sendo objeto de inúmeras pesquisas”, diz a Dra. Mayana, que é grande defensora do uso de células-tronco para fins de tratamento de doenças incuráveis pela Medicina.
3. DE ONDE PROCEDEM AS CÉLULAS-TRONCO?
Elas podem ser encontradas:
1) Em vários tecidos humanos, ainda que em quantidades muito pequenas;
2) No sangue do cordão umbilical e na placenta; interessante é anotar que o cordão umbilical e a placenta sempre foram considerados “lixo hospitalar”; mas, agora, adquirem grande importância, como fonte de células-tronco;
3) Nos embriões, nos seus primeiros dias de vida (parte interna do blastócito). São as células embrionárias.
“Os cientistas geralmente obtêm essas células de embriões descartados em clínicas de fertilidade. Os embriões criados pelo espermatozóide e óvulo de um casal – e que não são implantados no útero nem destruídos pela clínica – podem servir como fontes de células-tronco” (3) (grifo nosso). Esses embriões, descartados, e mantidos congelados, são objeto da lei brasileira que aprovou seu uso em pesquisas.
4- CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS-TRONCO .
A Dra. Maiyana Zatz (4), professora titular de genética do Centro de Estudos do Genoma Humano, da USP, informa que as células-tronco podem ser classificadas em:
1) Totipotentes, ou embrionárias. “São as que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano”; e só são encontradas nas primeiras fases da divisão celular, “quando o embrião tem até 16 – 32 células (até tres ou quatro dias de vida); o óvulo, célula una, divide-se em duas, quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, e assim por diante.
2) “Pluripotentes ou multipotentes – São as que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, menos placenta e anexos embrionários. “... surgem quando o embrião atinge a fase de blastocisto (a partir de 32 -64 células, aproximadamente a partir do 5.o dia de vida)”. Alguns trabalhos classificam as multipotentes como aquelas com capacidade de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes, enquanto outros acham que as duas definições são sinônimas”; é por essa capacidade que um embrião se transforma num corpo completo do ser humano; Elas podem ser encontradas nos tecidos de pessoas adultas (células-tronco adultas);
3) “Oligopotentes - Aquelas que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos; ... As células-tronco oligopotentes ainda são objeto de pesquisas, mas podemos dizer como exemplo que são encontradas no trato intestinal”.
4) “Unipotentes - As que conseguem diferenciar-se em um único tecido”. Exemplo: “células da pele só podem constituir a pele”... “As unipotentes estão presentes no tecido cerebral adulto e na próstata, por exemplo”.
5- OUTRA FORMA DE CLASSIFICAÇÃO – EM LINHAS GERAIS.
1) Células-tronco adultas. São aquelas que se encontram nos tecidos maduros, tanto no corpo de adultos, quanto no corpo de crianças. As células-tronco de adultos, segundo as pesquisas, “são mais especializadas que as embrionárias e dão origem a tipos específicos de células. São chamadas multipotentes. Algumas pesquisas sugerem que as células-tronco adultas podem se transformar em tipos muito mais variados de células do que se supunha anteriormente” São encontradas na medula, e também no cordão umbilical. Podem transformar-se em quaisquer tecidos do corpo humano. Não se sabe se com o mesmo efeito das células-tronco embrionárias.
O estudo científico com conclusões sobre células-tronco tem obtido resultados impressionantes recentemente. Segundo Carvalho, só em 1998, uma equipe de biólogos italiana apresentou relatório sobre as propriedades de células-tronco adultas. “Os pesquisadores estabeleceram que células-tronco da medula óssea podem dar origem a células musculares esqueléticas e podem migrar da medula para regiões lesadas do músculo. Estudos recentes constataram que além da pele, do intestino e da medula óssea, outros tecidos e órgãos humanos – fígado, pâncreas, músculos esqueléticos (associados ao sistema locomotor, tecido adiposo e sistema nervoso – têm um estoque de células-tronco e uma capacidade limitada de regeneração após lesões”.
“Mais recente ainda é a idéia de que essas células-tronco adultas são não apenas multipotentes (capazes de gerar os tipos celulares que compõem o tecido ou órgão específico onde estão situadas), mas também pluripotentes (podem gerar células de outros órgãos e tecidos). A pluripotencialidade foi demonstrada pela equipe de cientistas liderados pelos neurobiólogos Christopher Bjornson, da Universidade de Washington, Seattle, USA, e Ângelo Vescovi, do Instituto Nacional Neurológico de Milão, Itália, em janeiro de 1999”.
Acrescenta, ainda, o artigo de Carvalho, que “Essa pluripotencialidade das células-tronco adultas elimina não só as questões ético-religiosas, envolvidas no emprego das células-tronco embrionárias, mas também os problemas de rejeição imunológica, já que células-tronco do próprio paciente adulto podem ser usadas para regenerar seus tecidos ou órgãos lesados”. O autor ressalva que as células-tronco “autólogas” (do próprio individuo) de qualquer fonte não curam as doenças, pois não corrigem as causas da doença seja ela infecciosa, ambiental ou genética. “Elas permitem que se regenere órgãos afetados, mas se a causa da doença não for removida, o órgão será novamente lesado”. Quanto à utilização de células-tronco “heterólogas” (de indivíduos diferentes do receptor), há ainda muito a se pesquisar, tendo em vista o problema da rejeição, diz Carvalho.
“O nome refere-se às células-tronco existentes em tecidos maduros, isto é, já formados. Fetos, bebês, crianças e adultos têm somente células-tronco adultas ou maduras. Somente embriões nas primeiras fases de desenvolvimento têm as cobiçadas células-tronco com múltipla capacidade de diferenciação”.
2) Células-tronco embrionárias. “São aquelas encontradas em embriões. Essas têm capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo”. São as totipotentes. São objeto de pesquisas, visto que têm a capacidade de transformar-se em quaisquer tecidos do corpo, e são consideradas mais eficientes no tratamento de doenças ainda sem cura pela Medicina; ainda que algumas pesquisas indiquem que as células-tronco adultas têm muita condição para o tratamento dessas doenças, elas são preteridas pelo interesse da ciência pelas células embrionárias. Há enormes problemas de ordem ética, moral e filosófica quanto à manipulação dos embriões para o aproveitamento das células-tronco embrionárias. Ver item 6.
6- Um relato histórico.
“Os Pais da Igreja, que vieram logo após os apóstolos, reconheceram esta verdade, como aparece claramente nos escritos de Tertuliano, Jerônimo, Agostinho, Clemente de Alexandria e outros. No Império Romano pagão, o aborto era praticado livremente, mas os cristãos se posicionaram contra a prática. Em 314 o concílio de Ancira (moderna Ankara) decretou que deveriam ser excluídos da ceia do Senhor durante 10 anos todos os que procurassem provocar o aborto ou fizesse drogas para provocá-lo. Anteriormente, o sínodo de Elvira (305-306) havia excluído até a morte os que praticassem tais coisas. Assim, a evidência biológica e bíblica é que crianças não nascidas são seres humanos, são pessoas, e que matá-las é assassinato.” Nicodemus.
“A Bíblia não fala diretamente sobre aborto, mas os judeus, através de sua história, trataram a vida com muito respeito. Josefo (Contra Apion II, 202) apresenta a convicção dos contemporâneos de Jesus: “A Lei... proíbe as mulheres de causar o aborto ou destruir o feto; uma mulher que assim faz é considerada infanticida porque ela destrói uma vida e diminui a raça” (citado por E.E. Ellis, Human Rights and the Unborn Child). O Didaché dos Doze Apóstolos (2.2) do início do século II mostra a posição cristã: “Não procure abortar nem praticar infanticídio”. É impossível escapar da conclusão de que abortar deliberadamente uma criança é pecado grave contra Deus e contra a humanidade. Disse Helmut Thielicke (The Ethics of Sex, 1964, p.227). “Tudo o que é necessário é se referir a alguns fatos simples biológicos para mostrar que o embrião tem vida autônoma, e estes fatos devem ser suficientes para estabelecer seu status como ser humano” (citado por E.E. Ellis, ibid).” Shedd
7-A salvação das crianças abortadas.
“Estava me perguntando: uma alma é uma alma – incluindo mente, intelecto e vontade – no momento da concepção, e se sim, o que acontece com bebês que são abortados?
Penso que a resposta é sim. Creio que quando Deus cria vida, cria-a de fato. E,creio, essa vida começa na concepção, e, portanto, a personalidade começa aí. João o Batista, no ventre de sua mãe, é-nos dito, foi cheio do Espírito Santo. E, você se lembra que o bebê pulou de alegria no ventre? Recorde o que Davi disse: “em pecado me concebeu minha mãe” (Sl. 51:5). Assim, de um lado, você tem embriões e fetos que são cheios do Espírito Santo, e do outro, você tem um feto pecaminoso.
Isso indica personalidade. Indica responsabilidade. Indica que existe uma alma ali, existe vida. Essa é a minha opinião.
Se você estudar as passagens sobre os caminhos, um largo e outro estreito, sendo poucos os que encontram o último, pode ser que o Céu será mais populado pela taxa de mortalidade e de aborto, do que será pela fé. O motivo é que, eu creio, quando as crianças morrem, em algum ponto no tempo após sua personalidade ser iniciada, elas estarão com
Deus. Assim, pode ser que encontremos no Céu uma grande quantidade dessas pessoas, e, talvez, essa é a razão da taxa de mortalidade ser tão alta em países não-cristãos.
Apenas para terminar: suponhamos uma mulher que sofreu um aborto. Posso lhe dizer que a criança está salva agora?
Bem, essa é a minha crença, pois Jesus disse: “Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus” (Mt. 19:14). E, creio, está dentro do desígnio de Deus que ele redime aqueles que não sabem diferenciar a sua mão direita da esquerda (Jonas 4:11). E, esse é um dos sinais da infância. Jesus toma-os para estar consigo.
Isso é confortador para uma pessoa que passou por isso. Que maravilha!” John MacArthur, Jr.
8-Existe perdão para quem realiza aborto?
“O trauma após o aborto é freqüentemente tão severo que a mulher ou seus cúmplices sentem-se imperdoáveis. É óbvio que não podemos desfazer os erros do passado. Mas o remorso que sentimos pelos pecados passados não precisa destruir o futuro. Não podemos ignorar o que fizemos ou simplesmente esquecê-lo. Precisamos voltar-nos para Deus e resolver o problema com seu auxílio: "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte" (2 Coríntios 7:10). Deus quer perdoar. Precisamos querer voltar humildemente para ele para receber perdão de acordo com os termos que ele determinou. Nosso alívio pode ser encontrado no mesmo lugar em que Paulo encontrou perdão depois de levar inocentes cristãos à morte: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 7:24-25).” Denis Alam.
Justifico minha posição, realizando algumas considerações abaixo.
2- O que a Bíblia diz sobre a vida?
Textos base:
Salmo 139:13-16
13 Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe.14 Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;15 os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Textos de apoio:
Textos que dizem que a criança ainda no ventre da mãe deve ser respeita.
Êx 4.11
11 Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR?
Êx 21.22-25
22 Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem.23 Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida,24 olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,25 queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe.
Jó 10.8-12
8 As tuas mãos me plasmaram e me aperfeiçoaram, porém, agora, queres devorar-me.9 Lembra-te de que me formaste como em barro; e queres, agora, reduzir-me a pó?10 Porventura, não me derramaste como leite e não me coalhaste como queijo?11 De pele e carne me vestiste e de ossos e tendões me entreteceste.12 Vida me concedeste na tua benevolência, e o teu cuidado a mim me guardou.
Jr. 1.5
5 Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.
Mt 1.18
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
Lc 1.39-44
39 Naqueles dias, dispondo-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá, 40 entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.41 Ouvindo esta a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre; então, Isabel ficou possuída do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!43 E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?44 Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim.
3- Inicio da vida.
A vida começa na fecundação.
Biologicamente falando a vida tem o seu início na concepção, junção do espermatozóide com o óvulo.
Aqueles que buscam indicações bíblicas para o começo da vida deverão considerar também o princípio em Gênesis 9:4 de que a vida está no sangue. Ao tempo em que a maioria das mulheres conseguem confirmar que estão grávidas, o sangue já está circulando no corpo do filho ainda não nascido. Deus não autoriza a mãe nem a ninguém a derramar o sangue dessa criança inocente.
4- Quando o aborto acontece? – a questão das razões.
4.1-Razões que são chamadas justificáveis.
O aborto não é nem o assassinato de uma pessoa humana, nem uma mera operação ou ejeção de um apêndice do corpo feminino. É uma responsabilidade séria tirar a vida de um ser humano em potencial. As únicas circunstâncias moralmente justificáveis para o aborto são aquelas em que há um princípio moral superior que possa ser cumprido.
1. O Aborto por Razões Terapêuticas — Quando é um caso nítido de, ou tirar a vida do nenê não nascido, ou deixar a mãe morrer, exige-se o aborto. Uma vida real (a mãe) é de maior valor intrínseco do que uma vida potencial (o nenê não nascido).10 A mãe é um ser humano plenamente desenvolvido; o nenê é um ser humano não-desenvolvido.11 E um ser humano realmente desenvolvido é melhor do que um que tem o potencial para a plena humanidade, mas ainda não se desenvolveu. Ser plenamente humano é um valor superior à mera possibilidade de tornar-se plenamente humano. Porque o que é tem mais valor do que o que pode ser.
O que acontece se o nenê não nascido ficará sendo um Albert Schweltzer e a mãe é uma indigente? O que acontece se a mãe é uma meretriz e o nenê não nascido acabará sendo um missionário? Podemos ser tentados a concordar que uma vida humana potencialmente boa é melhor do que uma vida humana realmente má, se pudéssemos ter certeza de antemão que o nenê acabaria sendo bom. Mas isto exigiria um tipo de onisciência que somente Deus possui.
2. O Aborto por Razões Eugênicas — O que se diz de abortos por razões eugênicas? É certo em qualquer hipótese tirar a vida de um embrião porque nascerá deformado (anencéfalos – sem cérebro por exemplo), retardado, ou sub-humano? Neste caso, mais uma vez, é necessário proceder com cuidado. Sempre é uma coisa séria tirar a vida de um ser humano em potencial. Sempre deve haver uma razão moral superior para apagar uma vida antes de desabrochar.
Talvez o mongolismo seja um motivo justificável para o aborto, mas a talidomida não é. Seres humanos deformados e até mesmos seres humanos retardados ainda são humanos. Os defeitos não destroem a humanidade da pessoa.
3-O Aborto na Concepção Sem Consentimento — Uma mãe deve ser forçada a dar é luz uma criança concebida pelo estupro? Há uma obrigação moral de gerar uma criança sem consentimento? Isto levanta a questão inteira do dever moral da maternidade. Alguém pode ser forçada a ser uma mãe contra sua vontade?
Os argumentos para defender este tipo de aborto:
· O nascimento não é moralmente necessitado sem o consentimento.
· Nenhuma mulher deve ser forçada a levar na madre uma criança que ela não consentiu em ter relações sexuais.
· Uma intrusão violenta na madre de uma mulher não traz consigo um direito moral de nascimento para o embrião. A mãe tem o direito de recusar que o corpo dele seja usado como objeto da intrusão sexual.
· A violação da sua honra e personalidade foi mal suficiente sem piorar sua triste situação ao ainda forçar sobre ela uma criança indesejada.
OBS: Caso da irmã que foi violentada por um amigo e teve um filho o qual foi doado para adoção.
4-O Aborto na Concepção mediante o Incesto — A concepção incestuosa pode envolver o estupro e as consequências eugênicas e, portanto, pode providenciar uma base ainda mais firme para um aborto justificável. Por qualquer dos motivos isoladamente, parece que nenhuma obrigação moral possa ser imposta sobre uma moça para levar a termo sua gravidez incestuosa. Sua personalidade foi violada e a personalidade potencial do nené não nascido pode ser seriamente danificada por defeitos eugênicos também.
5-O Aborto por questões ectópicas – fora do lugar.
GRAVIDEZ ECTÓPICA
O que é?
Gravidez ectópica é a gestação que ocorre fora da cavidade uterina.
O que causa?
As causas incluem todos os fatores que retardam ou impedem a passagem do ovo para a cavidade uterina. Podem ser:
fatores mecânicos, como as causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas
fatores funcionais, que agem diminuindo a motilidade das trompas. Incluem o fumo,
o próprio processo de envelhecimento e drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona.
Como se desenvolve?
A grande maioria das gestações ectópicas ocorre nas trompas. Na maior parte das vezes se localiza nas porções distais, principalmente na ampola.
A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção (ruptura) entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre da luz tubária do segmento em que estiver implantada.
Como se faz o diagnóstico?
A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica, portanto seu diagnóstico precoce é essencial. Na gravidez ectópica não interrompida, a paciente pode não ter sintomas ou ter sintomas mínimos.
Alguns exames podem ser realizados para diferenciar a gestação ectópica de outras doenças, tais como ameaça de aborto, gestação normal, infecções das trompas, apendicite, cisto de ovário torcido.
Os exames comumente solicitados são testes para confirmar a gravidez, exames de sangue para determinar a perda sanguínea e a presença de infecção e a ecografia pélvica transvaginal.
Podem ser necessários outros exames como a punção do fundo de saco vaginal com agulha grossa para determinar a presença de sangue dentro da cavidade abdominal e a realização de uma laparoscopia diagnóstica.
4.2- Quando o Aborto Não É Justificável.
Agora que algumas das circunstâncias segundo as quais um aborto pode ser exigido foram discutidas, as situações nas quais não é certo devem ser discutidas. Como regra geral, o aborto não é justificado. Somente sob a pressão de uma responsabilidade ética sobrepujante, tais como aquelas que foram discutidas supra, é justificável em qualquer hipótese. Como regra geral, o aborto é errado, e a lista que se segue dá alguns exemplos específicos para ilustrar a regra de que o aborto, como tal é errado a não ser que seja realizado visando um princípio ético superior.
1-O Aborto Não É Justificável Depois da Viabilidade — A primeira consideração a ser feita, e a mais básica, é que nenhum aborto é justificável, como tal, depois do feto se tornar viável, i.e., depois do nascimento ser possível. Nesta altura, já não seria sequer uma questão de aborto (i.e., tirar uma vida potencialmente humana) mas, sim, matar uma vida humana real. Tirar a vida de um feto viável sem justificação ética superior seria assassinato.
· Deste a concepção e no decurso das oito primeiras semanas, o não nascido é chamado um embrião.
· A partir deste tempo, é chamado um feto.
· A partir de cerca de seis meses, é possível dar à luz um nenê que pode viver e respirar sozinho, e que pode desenvolver-se num ser humano maduro.
· Qualquer aborto justificável que deve ser realizado, deve ocorrer antes deste ponto de viabilidade, para ser qualificado como aborto.
2-O Aborto Por Causa de Crianças Não Desejadas Não É Justificável — O simples fato de que uma mãe não deseja o nenê não é motivo suficiente para apagar uma vida humana em potencial. Os caprichos ou desejos pessoais de uma mãe não tomam precedência sobre o valor do embrião ou do seu direito de viver.
Visto que o casamento é consentimento automático para ter relações sexuais (1 Co 7:3ss), segue-se que os filhos concebidos são automaticamente determinados, quer sejam desejados, quer não. E visto que até mesmo o meretrício é um casamento aos olhos de Deus (1 Co 6:16), logo, os filhos que nascem da fornicação também são determinados, quer sejam desejados, quer não.
Em síntese, qualquer filho nascido das relações sexuais, entre partes que consentem, é implicitamente determinado, e, como tal, tem o direito de viver.
O aborto não resolve o problema dos filhos não desejados; pelo contrário, complica o problema. Dois erros não perfazem um acerto.
3-O Aborto para o Controle da População Não É Justificável — Outro abuso contemporâneo do aborto é um tipo de método de controle de natalidade "depois do fato". Em termos francos: uma vez que a concepção ocorreu, é tarde demais para resolver que não deveria ter sido feito.
4-O Aborto por causa de Deformação Prevista Não É Justificável — O argumento em prol do aborto pela razão da deformidade prevista é insuficiente. Em primeiro lugar, a porcentagem de possibilidade de deformidade não é tão alta como às vezes é antecipada. Por exemplo, quase metade dos nenês que nascem com defeitos os têm em grau menor, que não precisam de tratamento médico algum.
Dos defeitos sérios, metade não se tornam aparentes a não ser depois do nascimento, o que é tarde demais para um aborto.
Além disto, em cerca de metade dos casos em que as crianças nascem com defeitos sérios, o defeito pode ser corrigido ou compensado de modo satisfatório mediante operações ou ajudas artificiais. Mesmo no caso da rubéola, há uma chance de 80-85 por cento de nascer uma criança normal, se a mãe foi afetada pela enfermidade depois do primeiro mês.16
5- A questão das células tronco.
1. O QUE SÃO CÉLULAS-TRONCO?
“Células-tronco são células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e peles” (1). São também chamadas de “células-mães”, ou, em inglês, “stem cells”.
“É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmas”.
2. QUANDO AS CÉLULAS-TRONCO SÃO FORMADAS?
Elas se formam, após a fusão dos gametas masculino e feminino (espermatozóide e óvulo), quando surge um aglomerado de células. Após 4 dias, esse grupo de células começa a “formar uma estrutura esférica, chamada Blástula, apresentando duas partes, uma interna e outra externa. A parte externa formará a placenta e a parte interna formará o embrião. É na parte interna que estão as células capazes de gerar todas as células do organismo de um indivíduo (2).
Dentro de cinco dias, o embrião forma a “Blástula” ou blastócito, com aproximadamente 100 células. As células internas do blastócito são as que ensejam maior interesse dos pesquisadores, por poderem transforma-se em todos os tecidos do corpo humano.
“A ordem ou comando que determina, durante o desenvolvimento do embrião humano, que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em um tecido específico, como fígado, osso, sangue etc., ainda é um mistério que está sendo objeto de inúmeras pesquisas”, diz a Dra. Mayana, que é grande defensora do uso de células-tronco para fins de tratamento de doenças incuráveis pela Medicina.
3. DE ONDE PROCEDEM AS CÉLULAS-TRONCO?
Elas podem ser encontradas:
1) Em vários tecidos humanos, ainda que em quantidades muito pequenas;
2) No sangue do cordão umbilical e na placenta; interessante é anotar que o cordão umbilical e a placenta sempre foram considerados “lixo hospitalar”; mas, agora, adquirem grande importância, como fonte de células-tronco;
3) Nos embriões, nos seus primeiros dias de vida (parte interna do blastócito). São as células embrionárias.
“Os cientistas geralmente obtêm essas células de embriões descartados em clínicas de fertilidade. Os embriões criados pelo espermatozóide e óvulo de um casal – e que não são implantados no útero nem destruídos pela clínica – podem servir como fontes de células-tronco” (3) (grifo nosso). Esses embriões, descartados, e mantidos congelados, são objeto da lei brasileira que aprovou seu uso em pesquisas.
4- CLASSIFICAÇÃO DAS CÉLULAS-TRONCO .
A Dra. Maiyana Zatz (4), professora titular de genética do Centro de Estudos do Genoma Humano, da USP, informa que as células-tronco podem ser classificadas em:
1) Totipotentes, ou embrionárias. “São as que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano”; e só são encontradas nas primeiras fases da divisão celular, “quando o embrião tem até 16 – 32 células (até tres ou quatro dias de vida); o óvulo, célula una, divide-se em duas, quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, e assim por diante.
2) “Pluripotentes ou multipotentes – São as que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, menos placenta e anexos embrionários. “... surgem quando o embrião atinge a fase de blastocisto (a partir de 32 -64 células, aproximadamente a partir do 5.o dia de vida)”. Alguns trabalhos classificam as multipotentes como aquelas com capacidade de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes, enquanto outros acham que as duas definições são sinônimas”; é por essa capacidade que um embrião se transforma num corpo completo do ser humano; Elas podem ser encontradas nos tecidos de pessoas adultas (células-tronco adultas);
3) “Oligopotentes - Aquelas que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos; ... As células-tronco oligopotentes ainda são objeto de pesquisas, mas podemos dizer como exemplo que são encontradas no trato intestinal”.
4) “Unipotentes - As que conseguem diferenciar-se em um único tecido”. Exemplo: “células da pele só podem constituir a pele”... “As unipotentes estão presentes no tecido cerebral adulto e na próstata, por exemplo”.
5- OUTRA FORMA DE CLASSIFICAÇÃO – EM LINHAS GERAIS.
1) Células-tronco adultas. São aquelas que se encontram nos tecidos maduros, tanto no corpo de adultos, quanto no corpo de crianças. As células-tronco de adultos, segundo as pesquisas, “são mais especializadas que as embrionárias e dão origem a tipos específicos de células. São chamadas multipotentes. Algumas pesquisas sugerem que as células-tronco adultas podem se transformar em tipos muito mais variados de células do que se supunha anteriormente” São encontradas na medula, e também no cordão umbilical. Podem transformar-se em quaisquer tecidos do corpo humano. Não se sabe se com o mesmo efeito das células-tronco embrionárias.
O estudo científico com conclusões sobre células-tronco tem obtido resultados impressionantes recentemente. Segundo Carvalho, só em 1998, uma equipe de biólogos italiana apresentou relatório sobre as propriedades de células-tronco adultas. “Os pesquisadores estabeleceram que células-tronco da medula óssea podem dar origem a células musculares esqueléticas e podem migrar da medula para regiões lesadas do músculo. Estudos recentes constataram que além da pele, do intestino e da medula óssea, outros tecidos e órgãos humanos – fígado, pâncreas, músculos esqueléticos (associados ao sistema locomotor, tecido adiposo e sistema nervoso – têm um estoque de células-tronco e uma capacidade limitada de regeneração após lesões”.
“Mais recente ainda é a idéia de que essas células-tronco adultas são não apenas multipotentes (capazes de gerar os tipos celulares que compõem o tecido ou órgão específico onde estão situadas), mas também pluripotentes (podem gerar células de outros órgãos e tecidos). A pluripotencialidade foi demonstrada pela equipe de cientistas liderados pelos neurobiólogos Christopher Bjornson, da Universidade de Washington, Seattle, USA, e Ângelo Vescovi, do Instituto Nacional Neurológico de Milão, Itália, em janeiro de 1999”.
Acrescenta, ainda, o artigo de Carvalho, que “Essa pluripotencialidade das células-tronco adultas elimina não só as questões ético-religiosas, envolvidas no emprego das células-tronco embrionárias, mas também os problemas de rejeição imunológica, já que células-tronco do próprio paciente adulto podem ser usadas para regenerar seus tecidos ou órgãos lesados”. O autor ressalva que as células-tronco “autólogas” (do próprio individuo) de qualquer fonte não curam as doenças, pois não corrigem as causas da doença seja ela infecciosa, ambiental ou genética. “Elas permitem que se regenere órgãos afetados, mas se a causa da doença não for removida, o órgão será novamente lesado”. Quanto à utilização de células-tronco “heterólogas” (de indivíduos diferentes do receptor), há ainda muito a se pesquisar, tendo em vista o problema da rejeição, diz Carvalho.
“O nome refere-se às células-tronco existentes em tecidos maduros, isto é, já formados. Fetos, bebês, crianças e adultos têm somente células-tronco adultas ou maduras. Somente embriões nas primeiras fases de desenvolvimento têm as cobiçadas células-tronco com múltipla capacidade de diferenciação”.
2) Células-tronco embrionárias. “São aquelas encontradas em embriões. Essas têm capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo”. São as totipotentes. São objeto de pesquisas, visto que têm a capacidade de transformar-se em quaisquer tecidos do corpo, e são consideradas mais eficientes no tratamento de doenças ainda sem cura pela Medicina; ainda que algumas pesquisas indiquem que as células-tronco adultas têm muita condição para o tratamento dessas doenças, elas são preteridas pelo interesse da ciência pelas células embrionárias. Há enormes problemas de ordem ética, moral e filosófica quanto à manipulação dos embriões para o aproveitamento das células-tronco embrionárias. Ver item 6.
6- Um relato histórico.
“Os Pais da Igreja, que vieram logo após os apóstolos, reconheceram esta verdade, como aparece claramente nos escritos de Tertuliano, Jerônimo, Agostinho, Clemente de Alexandria e outros. No Império Romano pagão, o aborto era praticado livremente, mas os cristãos se posicionaram contra a prática. Em 314 o concílio de Ancira (moderna Ankara) decretou que deveriam ser excluídos da ceia do Senhor durante 10 anos todos os que procurassem provocar o aborto ou fizesse drogas para provocá-lo. Anteriormente, o sínodo de Elvira (305-306) havia excluído até a morte os que praticassem tais coisas. Assim, a evidência biológica e bíblica é que crianças não nascidas são seres humanos, são pessoas, e que matá-las é assassinato.” Nicodemus.
“A Bíblia não fala diretamente sobre aborto, mas os judeus, através de sua história, trataram a vida com muito respeito. Josefo (Contra Apion II, 202) apresenta a convicção dos contemporâneos de Jesus: “A Lei... proíbe as mulheres de causar o aborto ou destruir o feto; uma mulher que assim faz é considerada infanticida porque ela destrói uma vida e diminui a raça” (citado por E.E. Ellis, Human Rights and the Unborn Child). O Didaché dos Doze Apóstolos (2.2) do início do século II mostra a posição cristã: “Não procure abortar nem praticar infanticídio”. É impossível escapar da conclusão de que abortar deliberadamente uma criança é pecado grave contra Deus e contra a humanidade. Disse Helmut Thielicke (The Ethics of Sex, 1964, p.227). “Tudo o que é necessário é se referir a alguns fatos simples biológicos para mostrar que o embrião tem vida autônoma, e estes fatos devem ser suficientes para estabelecer seu status como ser humano” (citado por E.E. Ellis, ibid).” Shedd
7-A salvação das crianças abortadas.
“Estava me perguntando: uma alma é uma alma – incluindo mente, intelecto e vontade – no momento da concepção, e se sim, o que acontece com bebês que são abortados?
Penso que a resposta é sim. Creio que quando Deus cria vida, cria-a de fato. E,creio, essa vida começa na concepção, e, portanto, a personalidade começa aí. João o Batista, no ventre de sua mãe, é-nos dito, foi cheio do Espírito Santo. E, você se lembra que o bebê pulou de alegria no ventre? Recorde o que Davi disse: “em pecado me concebeu minha mãe” (Sl. 51:5). Assim, de um lado, você tem embriões e fetos que são cheios do Espírito Santo, e do outro, você tem um feto pecaminoso.
Isso indica personalidade. Indica responsabilidade. Indica que existe uma alma ali, existe vida. Essa é a minha opinião.
Se você estudar as passagens sobre os caminhos, um largo e outro estreito, sendo poucos os que encontram o último, pode ser que o Céu será mais populado pela taxa de mortalidade e de aborto, do que será pela fé. O motivo é que, eu creio, quando as crianças morrem, em algum ponto no tempo após sua personalidade ser iniciada, elas estarão com
Deus. Assim, pode ser que encontremos no Céu uma grande quantidade dessas pessoas, e, talvez, essa é a razão da taxa de mortalidade ser tão alta em países não-cristãos.
Apenas para terminar: suponhamos uma mulher que sofreu um aborto. Posso lhe dizer que a criança está salva agora?
Bem, essa é a minha crença, pois Jesus disse: “Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus” (Mt. 19:14). E, creio, está dentro do desígnio de Deus que ele redime aqueles que não sabem diferenciar a sua mão direita da esquerda (Jonas 4:11). E, esse é um dos sinais da infância. Jesus toma-os para estar consigo.
Isso é confortador para uma pessoa que passou por isso. Que maravilha!” John MacArthur, Jr.
8-Existe perdão para quem realiza aborto?
“O trauma após o aborto é freqüentemente tão severo que a mulher ou seus cúmplices sentem-se imperdoáveis. É óbvio que não podemos desfazer os erros do passado. Mas o remorso que sentimos pelos pecados passados não precisa destruir o futuro. Não podemos ignorar o que fizemos ou simplesmente esquecê-lo. Precisamos voltar-nos para Deus e resolver o problema com seu auxílio: "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte" (2 Coríntios 7:10). Deus quer perdoar. Precisamos querer voltar humildemente para ele para receber perdão de acordo com os termos que ele determinou. Nosso alívio pode ser encontrado no mesmo lugar em que Paulo encontrou perdão depois de levar inocentes cristãos à morte: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 7:24-25).” Denis Alam.
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Bom comentário!!!!!